FSF participa do lançamento da campanha “Feminicídio Zero” do MPSE

FSF participa do lançamento da campanha “Feminicídio Zero” do MPSE

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FSF participa do lançamento da campanha “Feminicídio Zero” do MPSE

Antes da bola rolar no maior clássico do futebol sergipano, uma importante ação tomou conta das dependências da arena Batistão, em Aracaju, no último domingo (09/02). O duelo entre Confiança e Sergipe deu início, à Campanha “Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada”.

O Ministério Público de Sergipe (MPSE), por meio do Centro de Apoio Operacional dos Direitos da Mulher (CAOp Mulher), em parceria com a Associação Sergipana do Ministério Público (ASMP) e a Federação Sergipana de Futebol (FSF) coordenaram as ações na praça esportiva. A campanha é uma iniciativa do Ministério das Mulheres do Governo Federal e tem como objetivo envolver toda a sociedade contra qualquer tipo de violência contra as mulheres, incentivando a conscientização e o engajamento na luta pelo fim do feminicídio.

O presidente da FSF, Milton Dantas e os colaboradores da entidade participaram do evento de lançamento. A ação também contou com as presenças dos Procuradores de Justiça Eduardo Matos (representando o Procurador-Geral de Justiça, Nilzir Soares Vieira Junior) e Deijaniro Jonas Filho; dos Promotores de Justiça Verônica Lazar (Diretora do CAOp Mulher); Julival Rebouças (Diretor da Copier); Luis Fausto Dias Valois Santos (Presidente da ASMP e Diretor do CAOp Educação); Rômulo Lins (Vice-Presidente e Diretor Social da ASMP); Adélia Pessoa (Diretora da Mulher da ASMP); Cecília Guimarães e Isabel Prazeres Rodrigues.

“A campanha do Feminicídio Zero foi construída no ano passado pelo Ministério das Mulheres, e nós estamos aqui replicando na Arena Batistão, estrategicamente, porque houve uma pesquisa do Fórum de Segurança que demonstrou que em dias de jogo de futebol há um maior índice de crimes, de ameaça, de lesão corporal, um maior registro de boletins de ocorrência. Precisamos levar essa mensagem a todos os espaços, e o estádio de futebol, por reunir um grande público masculino, torna-se um local estratégico para conscientizar sobre a violência de gênero. Queremos mostrar que é possível cultivar uma cultura de paz dentro e fora dos campos”, explicou a Diretora do CAOp dos Direitos da Mulher do MPSE, a Promotora de Justiça Verônica Lazar.

O intuito da ação é aumentar a visibilidade e a conscientização acerca da prevenção e da luta contra o feminicídio, fortalecendo a responsabilidade social na defesa e garantia dos direitos das mulheres. A iniciativa reitera a importância de unir esforços entre instituições, sociedade civil e entidades de segurança visando contribuir para mudar a cultura de violência em todo o Estado.

> Feminicídio Zero

O Ministério das Mulheres iniciou a mobilização nacional no dia 07 de agosto de 2024, em comemoração aos 18 anos da Lei Maria da Penha e ao início do Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização sobre o fim da violência contra a mulher.

A campanha ganhou ainda mais importância diante do aumento de casos de feminicídio no Brasil. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 1.467 mulheres foram assassinadas em 2023 por razões ligadas ao gênero, o maior número registrado desde a promulgação da Lei 14.994/2024 (Lei do Feminicídio).

A mobilização nacional pelo Feminicídio Zero tem sido integrada a diversas atividades durante os jogos de futebol em todo o país. Uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto Avon (2022), revelou um aumento de 23,7% nos boletins de ocorrência por ameaça contra mulheres em dias de jogos e um aumento de 25,9% nos casos de lesão corporal quando a partida acontece na cidade. O estudo indica que a maior parte dos incidentes de ameaças ou violências são cometidos pelos companheiros ou ex-companheiros.

As causas se relacionam com os valores do patriarcado que ainda estão profundamente arraigados em nossa sociedade. O futebol, nesse sentido, pode atuar como um reforço dos valores da masculinidade e competitividade e influenciar a maneira como certos homens se percebem dentro de uma estrutura de poder sustentada por questões de gênero.

*Fotos e com informações do MPSE